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A Páscoa foi o corrre-corre do costume, de casa em casa, a ver madrinhas, padrinhos, e avós, a beijar a cruz, que anda pelas ruas das aldeias, a abençoar casas e a garantir as limpezas da primavera. Como todos os anos, vamos à casa da avó Alice ver o "desfile" da Páscoa como diz a miúda, que é mais de modas do que de missas.
As sensações repetem-se e juro, como todos os anos, que não conseguirei jamais comer nem mais uma amêndoa, ou provar sequer uma dentada do folar da tia, da vizinha ou da amiga. E, como todos os anos, consigo sempre encontrar espaço para mais uma migalhinha, porque amanhã juro que começo a fazer dieta.
Os miúdos espantam-se com o homem trajado a rigor, de opa vermelha, que desce a rua de sineta na mão a anunciar que as cruz já vem perto. Espalha-se o alecrim em frente à porta, a avó corre à procura de um envelope, grita-se para entrarmos, para entrarmos. Os miúdos espantam-se e beijam a cruz.
Querem experimentar o pequeno sino que o homem da terra trazia. Riem-se, nas roupas novas, vaidosos nas roupas novas, felizes pelos doces, felizes pelo mundo de chocolate que ninguém parece importar-se que comam.
Quanto a mim, perdi-me nas linhas do crochet, nas que trago comigo e nas que antecipo para o bebé Jaime.
Enquanto esperava a cruz, enquanto esperava outra vez, enquanto esperava outra vez... enquanto via o Benfica a ser campeão .
Olhem só como foi a minha Páscoa: um folar gigante da minha madrinha; uns calções a nascer; uns animaizinhos em lã ali no cantinho, para uma mimos numa mantinha que a mana anda a fazer; e as linhas Natura que finalmente consegui arranjar.
Estas linhas têm umas cores LINDAS! Acho que nos vamos dar muito bem.
Ah! E também houve espaço para planear as próximas baby converse. Vermelhas, claro!
Para além disso, fui madrinha babada, babada... só mimos, só mimos !
Brincadeiras, colo e passeios, para esquecer hospitais. Uma pessoa pode ser feliz assim...
Post scriptum ,em modo desculpem lá:
Há séculos que não passava pelo outro lado.
Os dias têm-se feito de sombras e sei bem que não posso escrever quando há este lado negro em mim. Obrigo-me a não escrever.
Em compensação, e porque os meus dedos me pedem palavras, vou escrevendo noutras linhas, e não, não me obrigo a não fazer crochet!