Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Apesar do fim-de-semana prometer chuva, vento e neve, saímos para visitar os avós, e sobreviver ao frio que a casa da aldeia nos reserva! Os miúdos adoram ir lá acima! Ele corre pelos quintais como se não houvesse amanhã e trepa às árvores (parece que tem uma de estimação, à qual sobe sempre, mesmo que chova ou que o sol escalde); ela aproveita as roupas usadas e velhas, atiradas para um dos cantos da casa e veste-se de mil gentes (agora sou médica, agora sou esteticista e maquilho as bonecas, agora sou palhaço...).
Eu também gosto daquela casa. É uma casa cheia de histórias do tempo.
Depois, veio o vento.
Não há internet, felizmente!, e o telefone só funciona se viermos para o meio da estrada... Sobra um jogo de dominó para os homens, um chá de um limão que o garoto me atirou pela janela, conversa jogada fora com a minha mãe... e o crochet.
Quando me pediram o Sackboy (é assim que o bichinho se chama) tive algum receio. Não conhecia o boneco, não conhecia o futuro dono, faltava-me o outro lado do meu crochet. Então fui ver um filme (a sack musician) e percebi que afinal talvez conseguisse dar um bocadinho de alma ao boneco. Vejam como ele se diverte entre as minhas coisas:
Não sei se ele é assim, se está bem, se está mal, mas acho-lhe piada. O que acham?
Perguntam-me muitas vezes como levo a vida entre as motas e o crochet, como concilio estes dois mundos. E eu rio-me. E rio-me ainda mais por dentro, porque as pessoas vivem presas aos clichês: que o crochê é para avozinhas e as motas são para doidivanas.
Em comum, na verdade, está a paixão.
Esta gola-colete nasceu das paixões: uma aluna com uma paixão especial pela guerreira-personagem Katniss Everdeen dos Jogos da Fome, eu com uma paixão especial pela minha guerreira-aluna Catarina D. dos Jogos da Vida Real. Uma aluna a fazer-me ver o filme, eu a ver-me fazer o colete da personagem. Depois, acrescenta-se uma ou outra ideia e um frenesim criativo. Por fim, uma pitada de outra paixão, as motas!, e o colete não é já para guardar flechas, é, afinal, para me guardar do vento...
Deixo-vos o passo-a-passo:
Não ficou lindo?
...aqui, deste lado do crochet.
Lembram-se que me propus a terminar todos os meus projetos meio-feitos-meio-por-fazer?
Pois bem, juntei todos os squares que tinha por cá em tons de cor-de-rosa e decidi fazer uma echarpe e, embora, por aqui, o rosa não seja a cor preferida, confesso que enquanto ia fazendo esta "sessão fotográfica" me fui apaixonando por esta coisa quentinha, tão atrevida.
Na verdade, à primeira vista ,é apenas uma tirinha de squares que pode até servir como decoração ou, quem sabe?, como mini mantinha para os pés (uma fofura!).
Mas um simples pormenor serve para uma transformação gigante. Acrescentei uma missanga e uma flor que serve de fecho
E como posso colocá-la onde mais gostar, posso fazer a echarpe que quiser, mais ou menos direita, mais ou menos justa ao pescoço, mais ou menos comprida.
E, afinal, o rosa até me fica bem...
Gostaram?