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No outro dia vi um vídeo em que, no final se legendava "Não conte os dias; faça com que os dias contem".
E eu encontro sempre beleza nas palavras, quando elas tocam os meus dias.
Vem isto a propósito do trabalho que tenho andado a fazer. Uma bailarina.
Apaixonam-me os detalhes. E a vida refletida nos meus pontos. Nesta imagem, as flores são dos "meus" caminhos; a toalha de renda branca no estendal, a lembrar as ausências de uma Páscoa que passei pela primeira vez em minha casa; o café para me lembrar de marcar o fim do trabalho que agora se estende pelos tempos e rouba tempo a outros tempos; e a bailarina a gritar-me que ainda não é tarde para dançar. Nunca é tarde para dançar.
E o que é que isto tem a ver com o contar dos dias?
Tudo. Passou um mês desde que estou fechada em casa.
O balanço de um mês. O balanço de uma vida. E se isto não acabar? E se se prolongar pelos dias? Pelos meses? Pelos anos?
Há dois pensamentos que me têm perseguido. Primeiro, num jogo de família em que se diz a primeira palavra que associamos a uma pessoa, o meu filho (na segunda volta) à pessoa "mãe" responde "escritora", e eu nunca publiquei um livro...
Segundo: nunca aprendi a dançar. E adoro dançar! Danço de coração, de vontade, com a alma toda, mas nunca aprendi a dançar.
Talvez seja a hora.
São estas as coisas pelas quais poderei dizer que estes dias contaram: decidir publicar o meu livro. Aprender a dançar.