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Entre linhas

por Dora Sofia, em 30.01.21

As linhas chegaram e fizeram-me deixar para trás as outras linhas, as dos documentos que tenho de ler, as dos textos que tenho de escrever. As ideias a ganhar às palavras.

Vou experimentando pontos até chegar ao que quero. 

Esboço uns rabiscos, na tentativa de representar a imaginação, mas volto as palavras pelo fracasso da experiência : punhos grandes, mangas em balão, num ponto bem apelativo, e top simples e curto.

De seguida, horas de fazer e desfazer até encontrar o tamanho certo, a espessura desejada, os pontos que imaginei. Faço ainda umas experiências com a câmara.

Amanhã haverá vídeo no canal 😊 

Estão por aí? Querem fazer esta camisola de confinamento comigo? Já prepararam as linhas?

Por aqui, a cãopanheira garante a segurança das linhas e do caderninho e rabiscos. 

 

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Fugir ao recolhimento domiciliário

por Dora Sofia, em 26.01.21

Não, não vou infringir as regras, não vou quebrar o recolhimento domiciliário, mas as ideias não as posso prender. Estão em fuga. 

Começo, enfim, a lutar contra a espécie de torpor que caiu sobre mim. E é o trabalho, a atividade, a criatividade que me dão alento para reagir. Passo os dias entre as linhas e as teclas e as noites entre as linhas e as agulhas. 

O que me deixa verdadeiramente feliz são estes trabalhos que vou terminando. Este colete era para ser um casaco, mas perdi a referência da linha, um terrível erro de principiante que não sei como cometi... Mas o resultado é brutal.

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Não acham? Eu gosto mesmo de roupa em croché. Há nas peças feitas à mão requinte com um toque de magia. A magia das linhas. A metamorfose das linhas. 

Então, lembrei - me e que tal se eu partilhasse um momento de criatividade com o mundo cibernáutico? E se eu mostrasse como acontece? Aqui está uma excelente ideia para fugir ao recolhimento domiciliário. Fazer uma camisola em crochet. Pensem nas linhas. Eu já encomendei as minhas. Amanhã faço um esboço. Tem de ser algo muito simples, com mangas bem largas, talvez em balão - estou tão apaixonada por mangas em balão - e justa no corpo. Os pontos serão básicos para que muitos me possam acompanhar. Vou escrevendo no blog. E vou fazendo vídeos para deixar no YouTube.  

Primeiro passo: escolher as linhas. 

 

Faltam 10 dias. 

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100 pontas soltas

por Dora Sofia, em 24.01.21

Apanhada pelo peso do recolhimento domiciliário e pela sua constatação de que, afinal, dificilmente consigo reunir força para ler os papers académicos que se acumularam na secretaria, ou para elaborar documentos, e trabalhos para a escola, ou até para as arrumações das gavetas que me tinha prometido, sobra-me a criatividade. A vontade de criar obriga-me a vasculhar as malas das linhas. Encontro mil e um trabalhos inacabados, projetos, ideias. Talvez termine algum...

Entretanto, perdi-me de amores por este motivo de flores (ponto puff) com teia de pontos altos, pontos baixos e correntes. Gravei este vídeo que podem consultar no canal.

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E como as linhas são apenas sombras que fui acumulando, aproveito para experimentar cores, e combinações... 

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Deparei-me com estas linhas. Talvez ganhe coragem para as desembaraçar e metamorfosear em algo belo. Quem sabe? 

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Bons pontos. 

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Saudades

por Dora Sofia, em 21.01.21

Percebemos que mudámos. Não somos já os mesmos. Tentamos ainda, num último esforço, parecer os mesmos, retomar as mesmas atividades, mas com cautelas redobradas, as máscaras já a partilhar o toucador com a base, o rímel, o blush... a esconder os batons que foram perdendo a validade.

E havia sol a brilhar em janeiro e acreditámos, mesmo, mesmo, que os números no ecrã da televisão eram apenas números. Até havia sol a brilhar...

Mas veio a chuva e, com a chuva, percebemos que somos prisioneiros nas nossas casas, prisioneiros de um vírus que mata e é cruel porque nos muda.

E eu, que não sou, nem nunca fui de saudades, defino de saudades das minhas pessoas e dos meus momentos com elas.

Embrulho-me no xaile da minha mãe. Sinto o aconchego. Imagino-me  perto dela, e ouço claramente a sua voz e o riso a querer esconder-se do meu pai, que um pai não ri assim descaradamente, só o avô, o avô, sim, pode rir. E, por instantes, sinto as mãos grossas da minha mãe a tecer as linhas dos meus dias. 

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Decido, assim, embrulhada pelas saudades que farei também eu um xaile para a minha mãe. 

 

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Amores. Manhãs de sol, tardes de sol, noites de luar. Cheiro da chuva na terra. Cheiro do vento no mar. Livros. Praia. A vista da minha janela. Lareiras. Conversas.

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