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Fui às compras. E, claro!, foi uma aventura inacreditável.
Fui a medo, com a filha atrás, caso precisasse de desculpa para fugir de mansinho. "Filhota, não estás cansada? Não queres comer nada? Não é melhor deixar para amanhã?" Sim, sim, o melhor dia para ir às compras é sempre amanhã, pensei ao entrar no cento comercial.
Entrei na primeira loja. Passar de olhos apressado, corro para a porta. O melhor é começar pelas roupas dos miúdos, desculpo-me.... Mas duas lojas depois, as compras para eles estavam feitas e o assunto resolvido.
Recomeço a percorrer a loja à procura de roupa para mim. Percebo que trazer a miúda foi um erro, pois, afinal, parece que durante as férias se enamorou por esta coisa de ir às compras e só quer ir experimentar roupa. Digo-lhe para ir, enquanto o desalento parece ter já tomado conta de mim. Tenho de fazer compras.
Percebo que estou já meio desconcertada no momento em que me cruzo com uma colega da escola e me lamento profundamente por ter de andar às compras. Ela diz-me que é preciso, que nos faz bem vir às compras, e isso desconcerta-me ainda mais. Desejo a sério que me fizesse bem ir às compras, mas não, não acontece nada. Fico a olhar para a R. , a minha colega-amiga e penso que ela é pessoa de gostar de andar às compras, anda sempre tão bem vestida, talvez devesse pedir-lhe ajuda... e ela me selecionasse duas ou três blusas, dois ou três básicos e mais qualquer coisa. Mas não tenho coragem. Afinal, andar às compras é tão mau... Como é que eu posso pedir a alguém para me ajudar?
Despedimo-nos, e é no momento em que eu entro nos provadores que acontece a coisa mais extraordinária que podia acontecer-me. Há uma mulher linda, elegantíssima, daquelas que enchem todo o ar do sítio onde estão, a entrar à minha frente. Deve ter 1,75 m, os olhos azuis e usa uma roupa linda...
Entramos nos provadores e, quando saímos, temos o mesmo top vestido. Adoro as calças que ela experimenta e, enquanto a espreito pelo canto do olho, ela diz-me que trouxe uma iguais às que eu tenho vestidas para experimentar e pede-me logo a opinião. Adora ver-me o top, adora ver-se no top. Comenta os gostos parecidos e, de repente, estamos a trocar a roupa que trouxemos. "Experimente esta blusa com essas calças e passe-me o seu body para eu experimentar..." E , de repente, está a dizer-me o que já comprou, o que já escolheu, isso fica bem, isso nem por isso... E, de repente, "vou buscar-lhe um igual ao meu para experimentar", e sai do provador e vai procurar o meu número e traz já noutra cor para ela também...
Inacreditável! No momento de pagar lamentei mesmo não gostar de ir às compras, porque, se gostasse, esta brasileira ia ser a minha melhor amiga de ir às compras. Claro que com a minha terrível inaptidão para estas relações sociais, acabei por não saber o nome da mulher que me escolheu toda a roupa que eu trouxe, que sabe o meu nome e, até, pasmem!, a minha data de nascimento. Eu, dela, sei que é brasileira, linda, com um corpo de modelo, e que vai para o Brasil no dia 10 de outubro...
O que é que isto tem a ver com o crochet? Bem, tudo! É o outro lado do crochet!
Trouxe no coração mil ideias para juntar às minhas roupas novas!!!
... aqui, deste lado do crochet.