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Sabem aquele momento em que reencontram um amigo por quem esperavam há tanto tempo? Aquele momento em que a saudade nos sufoca e há qualquer coisa estranha que parece tomar conta do teu peito? Aquele momento em que não sabes se choras ou ris e, então, hesitas entre o abraço ou a palavra e optas sempre, sempre, pelo abraço porque as palavras te fogem e são insuficientes? Sabem esse momento?
Esse momento é agora. As histórias por contar. As histórias para contar. E as linhas. E os pontos. E as palavras no outro lado do crochet...
Entre linhas, nas entrelinhas do regresso, fica o meu projeto de investigação, uma promessa quebrada, porque a uma noiva e a um plano de felicidade não se pode negar nada, e os amores e amigos do costume. E, ontem, a surpresa: uma flor que desabrocha naquele que era antes um dos meus catos bebés.
Estou feliz por voltar. E tenho ideias, mil ideias a dançar dentro de mim. Para já, uma surpresa...
... e, nas mãos, a vontade de criar emoções, e na ponta dos dedos, a vontade de vos contar como foi!!
E as palavras, ainda as palavras, que se atropelam e valsam entre Miguel Torga e Ricardo Reis
"Recomeça..../ Se puderes/ (...) Enquanto não alcances/ Não descanses. /De nenhum fruto queiras só metade." (Diário XIII)
"Sê todo em cada coisa. Põe quanto és/ No mínimo que fazes." (Para ser grande, sê inteiro)
... aqui, deste lado do crochet!
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Sabem aqueles dias em NÃO TÊM TEMPO para os posts do vossos blog? Hoje é esse dia. Não tenho tempo, não tenho tempo...
Sabem aqueles dias em que acabaram um trabalho TÃO BOM que, mesmo sem tempo, têm de o mostrar ao mundo? Hoje é esse dia.
Só imagens. As palavras ficam para dias com tempos para palavras.
Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! Fui eu que fiz! ...
Alguns pormenores:
Depois eu conto tudo...
E nascido o nosso J., aqui ficam as roupinhas do seu enxoval.
Tão lindas! Sou mesmo uma ti-ti babada.
Ah! Não me peçam esquemas. Foi feito à vontade dos dedos, guiados pelo coração .
Eu confesso. Cheguei a julgar que o saquinho não estaria pronto a tempo. Entre viagens intermináveis, o trabalho incessante na escola, as avaliações para o mestrado e os 7864 relatórios elaborados, a inspiração tardava e os bonecos demoravam a escolher-me. Até que numa madrugada em que hesitava entre as montanhas de roupa para passar a ferro e o sofá que teimava em fazer-me olhinhos, os ovinhos de coruja bebé lá eclodiram e nasceram estes dois miminhos:
Depois, foi fácil. Uma ninhada de corujas-bebés, ou mochos-bebés, não importa, e as letras com o nome do nosso príncipe.
Mas, diz a especialista-mãe que o resultado é muito melhor ao vivo... Bem, nós esperamos pelas fotos prometidas, mas entretanto...
Gostaram das minhas bebés-corujas-mochos? Aqui fica o segredo:
Será que dá para entender? Começa com um anel mágico. Vejam-nas aqui em pormenor...
A Páscoa foi o corrre-corre do costume, de casa em casa, a ver madrinhas, padrinhos, e avós, a beijar a cruz, que anda pelas ruas das aldeias, a abençoar casas e a garantir as limpezas da primavera. Como todos os anos, vamos à casa da avó Alice ver o "desfile" da Páscoa como diz a miúda, que é mais de modas do que de missas.
As sensações repetem-se e juro, como todos os anos, que não conseguirei jamais comer nem mais uma amêndoa, ou provar sequer uma dentada do folar da tia, da vizinha ou da amiga. E, como todos os anos, consigo sempre encontrar espaço para mais uma migalhinha, porque amanhã juro que começo a fazer dieta.
Os miúdos espantam-se com o homem trajado a rigor, de opa vermelha, que desce a rua de sineta na mão a anunciar que as cruz já vem perto. Espalha-se o alecrim em frente à porta, a avó corre à procura de um envelope, grita-se para entrarmos, para entrarmos. Os miúdos espantam-se e beijam a cruz.
Querem experimentar o pequeno sino que o homem da terra trazia. Riem-se, nas roupas novas, vaidosos nas roupas novas, felizes pelos doces, felizes pelo mundo de chocolate que ninguém parece importar-se que comam.
Quanto a mim, perdi-me nas linhas do crochet, nas que trago comigo e nas que antecipo para o bebé Jaime.
Enquanto esperava a cruz, enquanto esperava outra vez, enquanto esperava outra vez... enquanto via o Benfica a ser campeão .
Olhem só como foi a minha Páscoa: um folar gigante da minha madrinha; uns calções a nascer; uns animaizinhos em lã ali no cantinho, para uma mimos numa mantinha que a mana anda a fazer; e as linhas Natura que finalmente consegui arranjar.
Estas linhas têm umas cores LINDAS! Acho que nos vamos dar muito bem.
Ah! E também houve espaço para planear as próximas baby converse. Vermelhas, claro!
Para além disso, fui madrinha babada, babada... só mimos, só mimos !
Brincadeiras, colo e passeios, para esquecer hospitais. Uma pessoa pode ser feliz assim...
Post scriptum ,em modo desculpem lá:
Há séculos que não passava pelo outro lado.
Os dias têm-se feito de sombras e sei bem que não posso escrever quando há este lado negro em mim. Obrigo-me a não escrever.
Em compensação, e porque os meus dedos me pedem palavras, vou escrevendo noutras linhas, e não, não me obrigo a não fazer crochet!