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Já aqui publiquei o meu trabalho de réveillon, mas não quero deixar de mostrar-vos o caminho que vou percorrendo até chegar às coisas, por isso, deixem que vos avise, este post já devia ter sido escrito há um mês atrás .
Em Portugal, estamos todos a aprender a viver com menos dinheiro, por isso, este ano, tinha decidido, não havia lugar para vestidos novos. Foi então que pensei... Toda a gente tem um vestido preto (com um vestido preto, eu nunca me comprometo!)... e se o vestido preto tiver um toque de cor?
É um novo vestido preto !
À ideia juntou-se o pedido de uma amiga. À ideia juntou-se a vontade de fazer qualquer coisa diferente. Fiz várias coisas que aqui vos mostro, mas quero deixar-vos dois apontamentos:
primeiro, aqui eu ainda não estava na minha fase de fotografia em modo manual (e nem sei se isso é bom ou mau, mas as fotos são as que temos...);
segundo, aqui eu ainda não tinha descoberto o crochet irlandês e nem imaginam como isso faz toda a diferença!).
Tudo começa sempre assim: montes de coisas em cima da mesa, linhas, peças feitas, peças por fazer, cores e mais cores...
Depois, vieram as cores únicas, a pedido, porque há muitas amigas com vestidos pretos...
E o efeito, nos tais vestidos pretos:
E, por fim, a vontade a imperar. E , por fim, a fazer o que quero, sem ligar aos pedidos. Eis a razão por que não posso fazer trabalhos em crochet por encomenda - a imaginação é sempre grande demais e foge para lá das fronteiras do que me é pedido:
Ah! estas aplicações foram fotografadas apenas com alfinetes, o que as deixa um pouco soltas, mas o efeito depois de cosidas é muito bom... e ainda podem ser usadas como colares!
Gostam?
Lembram-se que aqui há uns meses atrás recebemos este miminho dos senhores da COATS?
Pois... Também já sabem que por aqui as coisas têm o seu tempo e são elas que me vão conquistando e decidindo o que querem ser, por isso, depois de começado o cadeado inicial que iria dar origem ao colar, deixei-me ficar à espera que alguma inspiração me ganhasse!...
E ganhou!
Uns dias antes do Natal descobri algo por que me apaixonei: o crochet irlandês! E, depois, foi só deixar-me levar. ADORO! Usei a linha Anchor Freccia e a agulha Milward 1,50 do meu Kit Anchor Freccia Colorful World e o resultado está à vista:
Alguns pormenores:
O Kit é uma prenda originalíssima para os dias de hoje em que o DIY impera, até porque as explicações dos gráficos são bastante simples! Porque não oferecer como prenda de Natal de última hora ou, melhor ainda. autooferecer-se??
Nós, por cá, vamos, assim, antecipando o reveillon...
-Ó mãe, faz-me um colar!
Tudo começa assim, com pistas para dias felizes...
e, depois, a vontade de uma princesa a fazer-se colar de princesa:
são as nossas flores de outono, a empurrar o Natal...
Depois da festa de aniversário, com tantas visitas e novidades, regressamos aos nosso seguidores habituais. Para celebrar o dia da mãe (eu sei eu sei, já passou, mas o dia da mãe é sempre que uma mãe quiser), trago-vos um miminho branco inspirado pela minha mais nova princezinha, a minha doce afilhada, e a sua mãe, a minha também doce maninha.
Duas golinhas, dois tamanhos, para usar nos dias de todos os dias...
ou nas noites únicas de alguns dias!
Na verdade, para esta, fiz-vos um gráfico - rudimentar, como só eu sei fazer -para vos ajudar, se quiserem fazer igual.
Se não quiserem fazer, peçam por aqui, ou na página do facebook ali ao lado, que eu faço .
É um amor de gola-colar que transforma, desta maneira, um básico dos mais básicos numa belíssima peça, cheia de glamour:
ou assim...
Uma amiga abanou-me a vontade. Um desafio de inspiração que se tornou provocação boa. Juntei-lhe uma dose de cheiro de mar, de sol na pele e areia nos pés. E daí se fez renda, a renda dos dias do outro lado do crochet.
Duas versões do mesmo trabalho, para usar com mais ou menos roupa...
Aqui está o passo-a-passo (sem gráfico). Espero que entendam... e que resulte convosco. Fui fazendo, desfazendo e refazendo...
160 correntinhas e mais duas para virar;
um ponto baixo em cada correntinha;
cinco correntinhas que prendem no quarto ponto baixo da carreira anterior com um ponto baixíssimo e mais dois ou três pontos baixos para terminar carreira;
cinco correntinhas que prendem no meio do arco da carreira anterior com um ponto baixíssimo e mais dois pontos baixos para terminar carreira direitinha;
repete-se última carreira duas vezes;
duas correntes para virar e cinco pontos altos dentro de cada arco da carreira anterior (no primeiro são só quatro, mais as correntes para virar);
um ponto alto em cada ponto alto da carreira anterior;
um ponto alto em cada ponto alto da carreira anterior e um aumento de 20 em 20 pontos altos;
um ponto alto em cada ponto alto da carreira anterior;
um ponto alto em cada ponto alto da carreira anterior e um aumento de 30 em 30 pontos altos;
um ponto alto em cada ponto alto da carreira anterior e um aumento de 25 em 25 pontos altos;
um ponto baixo em cada ponto alto da carreira anterior;
um picôt na última carreira, pontos baixos nas laterais e aplicações de acordo com o gosto !
O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta ...
Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol ...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
(Para não parecer que penso nisso...)
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIII"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Tenho andado a adiar a publicação destes posts, por um lado, porque o outro lado do crochet está em modo primavera, mas o mundo parece ainda não estar e, por outro, porque esperávamos por um logótipo bem giro para pôr nas nossas fotos.
À deriva, por uns tempos, porque não sou capaz de fazer nada igual, e torturada pela inspiração que não me deixa seguir um único esquema, sem o submeter às minhas teorias, descobri uma coisa maravilhosa com o nome ainda mais maravilhoso de freeform crochet.
Eis o meu processo de mudança. O meu primeiro trabalho freeform:
Quantos ao logótipo, optei por este a que dei o nome de logo desoriginal, feito a partir do primeiro que a minha irmã imaginou para nós. Ela é que estava certa, confesso. Agora só tenho de conseguir fazer com que isto fique bonito, mas não é fácil...
e mais de inverno
Era uma vez um montinho de linhas da avó abandonadas num canto do sótão... transformadas numa oferta para voltarem a ser alguma coisa. Estas linhas da avó tinham um segredo. Todas têm, afinal, mas estas tinham ainda mais. Querem ver?
AH! ADORO! Mas acho que, nestes casos, a herança é devida a quem fez a oferta: a receita de um "naperom de cozinha". Vou fazer, fica a promessa!
Quem diria que de fios atirados para um canto do baú, legado da avó, se faria um dia uma prenda, uma oferta, uma dádiva?
e dos fios, fica a curiosidade, a espera, a esperança, a incerteza...
e dos fios, faz-se o esboço, as tentativas.
E minutos antes do pai Natal passar por cá, ainda houve tempo para terminar umas quantas prendinhas, para aquecer os corações, e os pescoços, de alguns...
E a provar que eu não sou, realmente, capaz de fazer duas coisas iguais, aqui ficam as minhas três golas-écharpes, encomendadas à imagem desta e, no final, todas diferentes ! Bem, pelo menos, ninguém se pode queixar de não ter uma peça única.
P.S. eh pá! sei lá o que se passa com esta foto! não consigo pô-la bem... trabalhar com o material da mana dá nisto... paciência! é Natal!