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Apanhada pelo peso do recolhimento domiciliário e pela sua constatação de que, afinal, dificilmente consigo reunir força para ler os papers académicos que se acumularam na secretaria, ou para elaborar documentos, e trabalhos para a escola, ou até para as arrumações das gavetas que me tinha prometido, sobra-me a criatividade. A vontade de criar obriga-me a vasculhar as malas das linhas. Encontro mil e um trabalhos inacabados, projetos, ideias. Talvez termine algum...
Entretanto, perdi-me de amores por este motivo de flores (ponto puff) com teia de pontos altos, pontos baixos e correntes. Gravei este vídeo que podem consultar no canal.
E como as linhas são apenas sombras que fui acumulando, aproveito para experimentar cores, e combinações...
Deparei-me com estas linhas. Talvez ganhe coragem para as desembaraçar e metamorfosear em algo belo. Quem sabe?
Bons pontos.
Perguntam-me muitas vezes como levo a vida entre as motas e o crochet, como concilio estes dois mundos. E eu rio-me. E rio-me ainda mais por dentro, porque as pessoas vivem presas aos clichês: que o crochê é para avozinhas e as motas são para doidivanas.
Em comum, na verdade, está a paixão.
Esta gola-colete nasceu das paixões: uma aluna com uma paixão especial pela guerreira-personagem Katniss Everdeen dos Jogos da Fome, eu com uma paixão especial pela minha guerreira-aluna Catarina D. dos Jogos da Vida Real. Uma aluna a fazer-me ver o filme, eu a ver-me fazer o colete da personagem. Depois, acrescenta-se uma ou outra ideia e um frenesim criativo. Por fim, uma pitada de outra paixão, as motas!, e o colete não é já para guardar flechas, é, afinal, para me guardar do vento...
Deixo-vos o passo-a-passo:
Não ficou lindo?
...aqui, deste lado do crochet.
Finalmente, um tempo para escrever sobre as linhas com que vou criando a renda dos dias.
Assim, de regresso às horas intermináveis de tempos de espera entre o futebol, a natação, o ballet, a ginástica e os jogos, e os espetáculos, e a catequese... é bom ter uma agulha e um novelo sempre por perto. Com uma linha e uma agulha faz-se uma gola entre as braçadas da miúda na piscina.
Confesso que este amarelo já me tinha feito o convite há algum tempo, mas com a "promessa" de acabar os 1001 trabalhos que aguardam um final feliz, fomo-nos adiando. No entanto, ontem a sedução bateu mais forte e nasceu esta golinha (agora também à espera de ser terminada, uma vez que a quero com o dobro do tamanho e cá por casa só havia mesmo um novelo).
Gosto de golas. E gosto muito deste ponto. Fiz um esquema bem simples para que possam entender como se faz:
o número de correntinhas que desejarem em múltiplos de 5 (eu fiz 80), de seguida 4 correntinhas e dois pontos altos na terceira a contar da agulha, saltam-se três correntes e faz-se um ponto baixíssimo na quarta corrente, mais 4 correntes, 2 pontos altos na 3ª a contar da agulha, saltam-se três correntes e um baixíssimo na 4ª, e é sempre assim... Trabalha-se em círculo, portanto, ao fim da 1ª fila, faz-se o baixíssimo entre as correntes e o 1º ponto alto do grupo de 2, como na imagem (completamente rudimentar, eu sei, seu sei )
Qualquer dúvida, perguntem!!
...aqui, deste lado do crochet!