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Não tenho dedicado muito tempo ao crochet. É verdade! Não é que não haja vontade, mas eu sou tão viciada em crochet que, quando tenho outros projetos, tenho de me obrigar a fazer uma pausa. Obriguei-me pois a deixar as linhas um pouco de lado, as de crochet, entenda-se! Mas já está quase, quase, quase a chegar a hora de voltar e, entretanto, e porque as mãos são hiperativas, vou-me enredando nestas linhas da costura, para fazer miminhos à pequenita mais pequenina da casa.
Passados que estão os dias de calor, o frio obrigou-me a tomar medidas drásticas em relação à casota que me tinha atrevido a fazer. Agora, era urgente criar uma espécie de iglo que mantivesse a pequena aquecida. Procurei uns tecidos, uns enchimentos e umas sobras de esponja de um sofá velho. Estava feito. Há material, há ideias e uma tarde de chuva e faz-se a obra.
O meu objetivo era criar uma casotinha bem aquecida. Então, juntei o tecidos e coloquei entre eles a tal lã de vidro, ou enchimento, que andava por aqui desde um destes últimos carnavais em que tive de improvisar um fato para o miúdo.
Depois, cortei placas de esponja à medida e meti-as lá dentro:
Por fim, foi só chulear e costurar com a máquinas. Linhas muito a direito, a comprovar que, como digo sempre, eu não sei costurar, apenas tenho vontade de saber.
É claro que se houver algum pormenor que não resulte, alguma ideia que não se consiga concretizar com os (poucos) conhecimentos de costura, também não é caso para desistir, improvisa-se! Pega-se numa agulha de mão e fazem-se uns pontinhos mais "aldrabados". Afinal, é só uma casota de cão, não é nenhum vestido de noiva !!
O que importa é o resultado final e esse está como se quer: quentinho, quentinho. Agora, é só juntar uma mantinha (isto é, um pedaço de pijama polar velho) e uma cadelita friorenta .
Ela andou às voltas, às voltas, até acabar por se esconder completamente. Não consigo tirá-la de lá, e isso deve querer dizer alguma coisa .
... aqui, deste lado do crochet.
Às vezes, muitas vezes, até eu desconfio de como consigo roubar assim tempo ao meu tempo. Mil coisas para fazer e as ideias não me deixam. Um tecido antigo, um pouco de acolchoado, linhas e uma máquina de costura. Lá fora ouço a cadela ladrar.
O resultado foi o esperado, mas a filhota avisa "Tens noção de que ela vai destruir isso tudo, não tens?" Uma sombra cai sobre o meu sorriso.
Sim, bem sei que ela é uma cachorrinha ainda, mas a danadinha não se habitua a nenhuma cama... Experimento, e leio-lhe a reação. "Foi isso que estiveste a fazer? E serve para quê? Posso comer? Posso cheirar? Hummm... cheira a ti...
E também posso entrar... Está tão quentinho aqui dentro, parece mesmo o teu colo...
Isto é muito bom! Olha, já não vou sair... fico aqui! Deixas? Deixas?"
Talvez amanhã só haja farrapos a decorar a casa, como vem sendo hábito, mas hoje ela está lá... ainda. Não quer sair e ainda não roeu nada. Talvez seja um bom sinal. Quanto a mim, estou preparada para a máquina de costura e as experiências de decoração que quero fazer :-D. Por outro lado, tenho um monte de roupa para passar, que sobrou do tempo que roubei ao tempo.
... aqui, deste lado do crochet.
Quando, na hora de regressar ao serviço, abres as portas do guarda-roupa e percebes que a tua aversão por compras pode estar a tornar-se um problema, porque a tua roupa tem anos, está gasta e se confunde com alguns panos do pó, só pensas na urgência de renovar, renovar, renovar. Perco-me na palavra. perco-me sempre nas palavras. Renovar é tornar novo. Novo outra vez!
Fujo à ideia aterradora da necessidade de ir às compras e refugio-me, hoje, é só hoje, amanhã prometo que vou às compras, refugio-me nas paixões.
Coloco de parte a roupa que era preta e está cinzenta, junto-lhe a que não uso há mais de três anos... têm um caminho ainda pela frente.
Descubro roupas que não uso, um vestido curto demais, uma blusa larga demais, uma saia florida demais... adoro ver as minhas mudanças espelhada nestas roupas que não uso. Adoro mudar! E, nesta fase louca de fim (todos os fins são recomeços!), uma blusa com a história de um casamento, uma blusa linda demais para um casamento, com as costas expostas demais para todos os dias, sou assaltada por aquele sentimento bom do recomeço! Percebo, enfim, o que farei com a mandala que nasceu nos meus dias de férias tão cheia de destino incerto.
Entusiasmo-me! As ideias fervilham, as mãos agitam-se e tenho consciência de que a noite só terminará quando o resultado me satisfizer. Ontem foi assim...
Hoje há Jornadas Psicopedagógicas... assim...
É bom começar, recomeçar... É bom renovar, fazer novo... outra vez!
...aqui, deste lado do crochet.